Em busca do caminho certo

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Um dos maiores desafios da perimenopausa e da menopausa é determinar um curso de ação personalizado para combater os sintomas desagradáveis e muitas vezes desestabilizadores que as mulheres experimentam durante esse período. Como muitas vezes há uma infinidade de mudanças físicas, emocionais e mentais, determinar por onde começar a busca pela saúde e bem-estar é uma missão complexa. Então, por onde começar essa investigação? A mente? O corpo? Ambos? Não existe uma resposta “tamanho único” para essas perguntas, respondê-las envolve exploração. O importante é não paralisar frente às questões.

Muitos sintomas experimentados pelas mulheres durante esse período são conhecidos, como ondas de calor, confusão mental e low mood ou até depressão. No entanto, outros sintomas são menos discutidos e muitas vezes nem são considerados como associados à menopausa – entre eles temos palpitações, língua ardente e ansiedade generalizada que pode aparecer como medo de dirigir ou medo de estar em reuniões ou eventos nos quais você costumava navegar com facilidade. Procurar um médico é fundamental, até porque novas investigações serão necessárias. O profissional escolhido pela paciente fará o protocolo de diagnóstico e alívio dos sintomas com base no histórico familiar e pessoal da mulher.

Como mencionei, sentir-se para baixo, ter episódios depressivos ou depressão durante a perimenopausa é comum – pesquisas indicam que as taxas de depressão em mulheres dobram durante esse período. É vital obter ajuda se você estiver se sentindo muito desanimada, sem vontade de realizar tarefas que antes eram prazerosas e/ou estiver constantemente melancólica e entristecida. Porém, muitas mulheres sofrem em silêncio. Uma (1) em cada dez (10) mulheres no Reino Unido relata ter pensamentos suicidas durante a perimenopausa, e oito (8) em cada dez (10) mulheres não falam com seus parceiros sobre sua saúde mental durante essa fase por medo de serem rotuladas como histéricas.

As mulheres levam, em média, 14 meses para perceber que a perimenopausa começou – antes mesmo de sua menstruação parar, e durante esse período a grande maioria das mulheres sofre calada, experimentando grandes mudanças em sua saúde mental e física em silêncio. As mulheres estão tão acostumadas a cuidar de tudo e de todos que colocam de lado e negligenciam os desconfortos físicos, mentais e emocionais. Mas, não devemos fazer isso. A qualidade de vida de uma mulher pode aumentar exponencialmente quando o tratamento certo é encontrado para lidar com os sintomas únicos da perimenopausa e da menopausa.

Os tratamentos mais comuns que as mulheres recebem durante esse período são antidepressivos, terapia cognitivo-comportamental e/ou reposição hormonal, muitas vezes mais de um profissional terá que ser acionado para sanar de forma eficiente os desconfortos físicos e mentais dessa paciente. No entanto, outras formas de alívio dos sintomas também podem ser utilizadas e têm efeitos satisfatórios como a meditação, acupuntura, prática de atividade física, entre outros.

Embora o custo e as necessidades de saúde pré-existentes possam determinar quais dessas opções estão disponíveis, obter ajuda é fundamental, o que às vezes significa que você terá que procurá-la, como disse anteriormente, em mais de uma única fonte.

Mas comece! Converse com amigos sobre sua experiência, procure sites que forneçam informações confiáveis, entre em contato com uma terapeuta, e médica de sua preferência.

O mais importante é você se permitir investir tempo e energia em você.  

Permita-se se colocar em primeiro lugar. Explore todas as opções até ter certeza de que encontrou a certa para você. E lembre-se, se cuidar é um ato de amor.

Até o próximo mês,

PAULA S. LOSCH
Psicanalista de adultos e crianças, com especialização em psicopatologias contemporrâneas em adolescentes.
Membro da BACP – British Association for Counseilling and Psychotherapy.
MA em psicanálise pela Birkbeck University em Londres, onde mora atualmente e é responsável pelo departamento de saúde mental voltado para crianças, professores e pais em uma escola particular em Londres e atende em consultório.

Paula S. Losch é psicanalista e mora no Reino Unido e, como tal, muitas de suas fontes/links estão em inglês. Embora os dados venham do Reino Unido, as descobertas ainda são aplicáveis a mulheres em todo o mundo.

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