Será que existe uma receita perfeita?

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Conciliar a vida profissional com a criação de filhos pequenos pode ser um desafio. Ainda mais quando a retomada da carreira acontece após um hiato de alguns anos de dedicação total a família.

Retomar a vida profissional após a maternidade e perto dos 40 anos! Além do pânico que senti quando realizei essa informação na minha cabeça, também senti uma capacidade de conseguir que nunca havia sentido em outro desafio na vida.

Retomar a carreira após a maternidade pode ser um desafio para muitas mulheres, como foi para mim, especialmente se, assim como eu, se opta por ficar em casa por um período para cuidar dos filhos.

Também acredito que não há uma maneira certa ou errada de lidar com essa situação, e cada mulher pode encontrar sua própria maneira de equilibrar os dois mundos.

Na minha retomada, eu pude ir devagar. Tive essa oportunidade. Fui experimentando, sabia um pouco mais o que eu não queria, e, mais do que nunca, o que eu queria: equilibrar meus mundos! E ainda sigo nesse desenho desde que retomei, há quase 4 anos. Não está sendo um processo rápido. E tudo bem. Esse é um dos presentes da maturidade, respirar e ter calma, entender que as coisas precisam de foco e determinação, planejamento e disciplina, mas também precisam de tempo para se acomodar.

Eu conto para os meus filhos o meu dia de trabalho, conto quando tenho preguiça das coisas que tenho que fazer, conto as minhas pequenas e grandes conquistas de uma forma que eu sei que eles irão entender o significado. Digo para eles como é bom fazer algo com significado e que nem tudo é legal de fazer… tem um montão de coisas chatas, mas no final, tem que ser divertido e positivo. Digo que eles um dia também terão algo com que se realizar, e faço paralelos com as atividades que eles fazem hoje, para ajudá-los a tangibilizar. Explico a importância do dinheiro. Gente! Como falta essa conversa com as crianças hoje em dia, como se ganha, como se constrói, como se valoriza!

Dentro de todos esses desafios na retomada, ainda tem o ponto de como as pessoas maduras são encaradas no ambiente de trabalho de hoje. Eu vejo uma série de vantagens, incluindo a nossa maior experiência, habilidades de liderança e uma perspectiva mais ampla e equilibrada sobre as situações. Mas, vejo também os desafios que precisamos enfrentar, como o ainda crescente preconceito de idade e a percepção de que os colaboradores mais velhos são menos capazes de se adaptar às mudanças tecnológicas, por exemplo.

Fato é que, nessa caminhada, cheia de possibilidades, erros e acertos, sempre uma ponta vai ficar mais solta que a outra. Em determinado momento, um lado vai pesar mais que o outro e a grande sabedoria que eu aprendi é se olhar no espelho e dizer “ok, fiz o melhor que eu pude hoje, dar conta de tudo saiu de moda. Me perdoo pelo que não deu certo. Amo minhas escolhas e sigo em frente, para evoluir e fazer meu melhor de novo amanhã.” Repito isso como um mantra, várias vezes antes de pegar no sono.

Marina Caldeira, 39
SÓCIA FUNDADORA KUNDA UNIVERSO FEMININO 40+
@SOUKUNDA_

 

 

 

 

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