Ser ou não ser… mãe! Eis a questão!

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A maternidade ainda é, nos dias de hoje, muito valorizada e esperada. Mulheres que optam por não ter filhos são frequentemente questionadas e muitas vezes incompreendidas.

Como uma mulher acima de 40 anos que optou por não ter filhos, sou frequentemente questionada por amigos, familiares e até mesmo estranhos. As pessoas geralmente assumem que, a essa altura da minha vida, eu já deveria ter filhos ou pelo menos estar tentando engravidar. Mas, para mim, a escolha de não ser mãe foi uma decisão bem pensada e consciente, que levou alguns anos para ser tomada e envolveu muitas reflexões e questionamentos internos.

A maioria das mulheres da minha geração foi criada sob a expectativa do combo casamento + filhos, e isso mesmo dentro de uma família que preza pelos estudos, desenvolvimento profissional e independência da mulher, como a minha.

Mas, conforme fui amadurecendo, percebi que essa não era a única opção disponível para mim. Comecei a questionar o que realmente queria da vida, quais eram meus objetivos e desejos mais profundos.

E foi nesse processo de autoconhecimento que comecei a considerar a possibilidade de não ser mãe. No começo, a ideia me assustou. Eu tive receio de ser julgada pelos outros, pela família, de ser vista como egoísta ou incompleta. Mas, com o tempo, fui percebendo que esses medos eram infundados e que a escolha de não ter filhos poderia ser tão válida quanto a escolha de tê-los.

Acredito que a maternidade é um papel incrivelmente importante e desafiador, e que as mulheres que escolhem ser mães devem ser admiradas por sua coragem e dedicação. Mas também acredito que a decisão de não ser mãe não deve ser menosprezada ou desvalorizada. Ser mãe é apenas uma das muitas formas da mulher viver uma vida significativa e satisfatória.

Para mim, a decisão de não ter filhos foi motivada por vários fatores. Primeiramente, eu sempre tive uma forte conexão com minha carreira e meus objetivos profissionais. Sempre soube que teria uma carreira desafiadora e que exigiria muito de mim. E acredito que, se tivesse tido filhos, teria sido difícil conciliar essa dedicação ao trabalho com a dedicação à maternidade.

Além disso, sempre tive paixões e hobbies que me trouxeram muitas alegrias e satisfação. Desde jovem, sempre adorei viajar, ler, explorar novas culturas e experiências. E acredito que, se tivesse filhos, essas atividades teriam sido limitadas, adiadas ou até mesmo impossíveis.

Outro fator que me levou a essa escolha foi a preocupação com o estado atual do mundo. Acredito que estamos enfrentando muitos desafios e incertezas, desde mudanças climáticas, aumento da violência, até crises políticas e sociais. E sinto que, trazer uma criança a um mundo tão incerto e instável, seria uma grande responsabilidade e desafio.

Essa escolha, porém, não significa que eu não goste de crianças ou que não queira participar da vida delas de outras formas. Eu sou tia e madrinha de três crianças lindas que me completam e me fazem sentir um pouco do amor mais incondicional que existe.

Há tempos sei que tomei a decisão certa para mim. Não ter filhos me permitiu focar em outras áreas da minha vida que considero importantes e significativas. Permitiu dedicar-me a minha carreira, viajar pelo mundo, e ter mais tempo e energia para me concentrar em meus relacionamentos. Tenho mais tempo livre para aproveitar com meu parceiro e amigos, e com isso sinto que tenho uma vida completa e muito feliz.

TATIANA GOMES SALDANHA, 42
SÓCIA FUNDADORA KUNDA UNIVERSO FEMININO 40+
@SOUKUNDA_

 

 

 

 

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