Mas afinal, as mulheres se vestem para quem?

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Nessa semana que comemoramos o DIA INTERNACIONAL DA AMIZADE, resolvi fazer um link para associar a relação que existe entre as mulheres e a moda. Entretanto, achei que faria mais sentido colocar uma lupa em uma relação mais específica: mulheres-amigas e a moda.

É sabido que vivemos em uma sociedade que fomenta a ideia de que há muita rivalidade entre as mulheres e que nos vestimos para agradar o olhar masculino. Hoje, aos 50 anos, e trabalhando com mulheres e moda, não me apegaria a nenhuma dessas duas descrições.  Na prática, nos meus atendimentos direcionados às almas femininas, percebo que fica cada vez mais evidente a presença de uma busca contínua por uma conexão mais amistosa entre nós, mulheres, e o espelho.

Percebem que aqui não se trata de vestir-se para um outro alguém? Com relação ao vestir, não podemos negar que nos tornamos mais generosas com a gente mesma sempre que estamos bem resolvidas com nossas próprias escolhas, concordam? Nesse sentido, o foco deixa de ser a opinião do próximo e o trabalho passa a ser a busca pelo aperfeiçoamento do próprio estilo pessoal.  Afinal, estaríamos nós, em pleno século XXI, nos vestindo somente para agradar aos homens ou impressionar as amigas?

Até bem pouco tempo atrás, eu ainda acreditava que isso pudesse ser verdade, mas hoje, definitivamente acho que não há mais espaço para esse tipo de pensamento ou postura. Moda é comportamento e retrata as mudanças sociais de determinados períodos. Passamos por várias transformações sociais e comportamentais e hoje descortinamos e não aceitamos julgamentos quando a pauta é o vestir.  Vivemos em uma rede social plural e, aos poucos, vamos descobrindo o quanto é prazeroso conquistar a liberdade de ser quem desejamos. Vestir aquilo que nos representa, cujas nuances não precisam agradar aos outros – homens ou mulheres.

É assim que enxergo o vestir. Somos dignas de respeito e lutamos para tornar o vestir algo libertador e divertido. Vamos sair por aí para trocar muitas ideias e experiências com outras mulheres e até marcar alguns “makeover” entre amigas, mas sempre se sentindo incrível dentro das próprias escolhas. Já dizia Alice Ferraz: “Moda não rima com medo”! A procura pelos serviços da profissional de Consultoria de Estilo tem se intensificado nos últimos anos e isso não se deve somente ao fato das mulheres buscarem otimizar as escolhas dos looks do dia a dia ou para agradar à multidão. Não acredito nisso, penso que estaria mais atrelado à descoberta de produções únicas e individualizadas.

Achei que seria interessante trazer essa reflexão, pois sempre fui levada a crer que – “mulheres se arrumam para os homens ou para outras mulheres-amigas. Uma outra linha de pensamento – com a qual estou mais conectada – sugere que as mulheres se vestem como uma expressão de sua criatividade e autoimagem. Seria certo afirmar que elas se vestem para si mesmas? Podemos até considerar e nos orientar pela opinião de uma amiga mais próxima, mas entendo que qualquer tipo competição está, aos poucos, perdendo seu espaço na medida que o vestir passa a se conectar com referências que vêm mais de dentro do que de fora. E você, possui uma opinião formada sobre isso?

Trabalhando com mulheres e moda acredito que, na atualidade, considerando um contexto mais contemporâneo, surge a necessidade de uma nova definição para essa relação entre mulher e MODA. Uma definição mais acolhedora e libertadora. Eu defendo a ideia de que, cada vez mais, as mulheres estão reconhecendo como a MODA pode impactar positivamente sua imagem pessoal, por isso não se vestem mais para impressionar nem homens ou mulheres. Em vez de parecer “atraente” ou adequada para uma ou outra amiga, passam a escolher suas roupas para satisfazer a si mesmas e mostrar ao mundo que assumiram o comando sobre o assunto – mulheres não querem somente estar na moda. É o vestir muito além da moda, é saber o motivo pelo qual eu faço minhas escolhas e uso o que uso. É não se submeter aos padrões ou opiniões. É poder escolher aquele look que será muito bem incorporado e sustentado em qualquer situação.

É preciso que as escolhas do vestir saiam do modo automático e entrem no modo de auto validação, permitindo que sejamos mais autênticas, construindo uma moda sem medos, sem regras, sem cobranças ou preocupações. Podendo traduzir em elementos estéticos o nosso estado de espírito verdadeiro, o que resulta na descoberta da própria marca pessoal.

O importante é que a moda tem facilitado todos esses caminhos e descobertas se mostrando uma ferramenta poderosa, acessível, maleável e totalmente ajustável para que, cada vez mais, as mulheres se encontrem nas suas escolhas do vestir.

Mulheres felizes, são melhores amantes, mães e amigas. No seu processo de vestir, elas não precisam imitar ou agradar, estão descobrindo como é possível viver sendo quem desejam ser e, por isso encontram ESPAÇOS para praticar o que é ser uma grande mulher-amiga de verdade!

Bj, Lú

LU AMBROZANO
CONSULTORA DE ESTILO que trabalha para facilitar a relação entre mulheres e suas escolhas do vestir
@lu.ambrozano

 

 

 

 

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