“And just like that” é uma continuação da icônica série “Sex and the City” e estas são três das quatro personagens que, nesse famoso seriado dos anos 2000, fizeram sucesso! Depois de quase vinte anos as personagens se reúnem e se apresentam em um condensado de 18 episódios destacando, entre outros pontos, a importância de aceitar a evolução natural da vida e a necessidade de reinventar-se agora como mulheres com mais de 50 a este “novo mundo”.

Um mundo que já foi delas, no qual eram consideradas símbolo para uma geração.  Enquanto assistiam aos episódios, milhares de mulheres ao redor do mundo, questionavam suas relações, comportamentos, relacionamentos, vaidades, moda, beleza, amizade, amor e sexo. “Sex and the City” foi a primeira série que mostrava fielmente como as mulheres gostariam de ser. As tramas reforçavam a ideia de um mundo feminino, que considerava uma rede de apoio, formada por amizade verdadeira, vínculos, trocas e muita diversão. Mostravam que as mulheres podiam ser solteiras, independentes, descoladas e muito fashionistas.

Narrativas um tanto quanto inovadoras para a época, mas que, na nova sequência, perdem sua relevância frente a uma geração que amadureceu, não vive atrás de um conto de fadas, e busca por respostas para seus questionamentos, nas redes sociais.  Namorando, casadas ou solteiras, não importa, agora o objetivo dessa mulher contemporânea é ir atrás das conquistas individuais. Hoje somos muito bem representadas por essa geração de mulheres que lutam pela sua independência.  Na verdade, houve um boom geral, o mundo expandiu. As pessoas não leem mais revistas impressas, trabalham no offline, não usam mais Blackberry (provavelmente, se você tem menos de 45 terá que recorrer ao google para saber sobre o que estou falando), mas falam sobre diversidade, etarismo, inclusão e tem acesso à informação o tempo inteiro.

Assistindo “And just like that …o documentário”, o qual mostra os bastidores da nova série, foi possível observar que frente a tudo isso, foram necessárias adequações temáticas e estéticas para posicionar essas três personagens amadurecidas nos episódios que agora acontecem em pleno século 21. A série “And Just like that” buscou se adaptar ao novo cenário. Trouxe uma abordagem mais realista para a trama, abraçou a diversidade e reconheceu que, os desafios do dia a dia das suas personagens também passaram por mudanças e atingiram a maturidade. A nova série também mostrou como a moda se ajustou para comunicar a chegada dessa maturidade.

Comparando as duas versões percebemos que houve algumas mudanças notáveis no figurino das três personagens. Em “And just like that”, as personagens Carrie, Miranda e Charlotte exibem figurinos que retratam o equilíbrio entre manter-se fiel aos interesses pessoais adaptando-se, ao mesmo tempo, às mudanças trazidas pelo tempo. Elas continuam esbanjando autenticidade com seus looks bem elaborados, mas valorizam as peças que se adaptam ao conforto e trazem leveza ao look. Fazem escolhas elegantes, mas com toques de ousadia, escolhem roupas de diferentes estilos e designers destacando a importância da diversidade.

Em geral, na série “And just like that” a temática da moda é sustentada por dois pilares: a relação da moda com as transformações culturais e sociais que ocorreram ao longo dos últimos anos, assim como o desenvolvimento e envelhecimento das próprias personagens. No transcorrer dos episódios, é possível observar que as escolhas dos figurinos evoluíram para refletir exatamente isso – o amadurecimento das personagens, que passam a usar roupas que se adequam aos seus corpos e comunicam que as personagens estão felizes em suas próprias peles. Embora o estilo próprio de cada personagem tenha sido preservado, as escolhas passaram a ter um algo a mais.  Os figurinos tornam-se mais sofisticados, demonstrando que enquanto navegaram pelos desafios da vida foram adquirindo crescimento pessoal e com isso, seguem mais confiantes.  As roupas funcionaram como uma ferramenta importante para expressar essa jornada de autoconhecimento. Atrelado a isso, em “And just like that”, verifica-se que a moda ainda se mantém como uma parte importante na narrativa, mas deixa de ser um conjunto de peças estilosas e transforma-se em uma aliada poderosa para que suas personagens tornem-se visualmente mais amadurecidas.. E então Carrie, Miranda e Charlotte seguem confiantes, vivendo, amadurecendo e celebrando a vida com muita elegância.

Bj, Lú

LU AMBROZANO
CONSULTORA DE ESTILO que trabalha para facilitar a relação entre mulheres e suas escolhas do vestir
@lu.ambrozano