Henry Gee e sua teoria da evolução destacando a menopausa

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Conheça a teoria de Henry Gee sobre a menopausa como uma inovação evolutiva que contribuiu para a maior longevidade da espécie humana.

Há cerca de 700 mil anos, durante a era glacial, a Terra passava por longos períodos de gelo intercalados com breves intervalos quentes. Nesse cenário, os hominíneos, incluindo o Homo erectus, enfrentaram desafios para sobreviver. No entanto, eles responderam a essa intensificação do frio com adaptações notáveis.

Uma dessas adaptações foi o aumento do tamanho do cérebro. Os cérebros maiores permitiram maior inteligência e capacidade de adaptação. No entanto, isso também trouxe um dilema: cérebros são órgãos caros em termos energéticos. A natureza geralmente favorece animais com o mínimo de gordura, pois a acumulação excessiva pode ser prejudicial em tempos de escassez de alimentos.

Aqui entra a menopausa como uma inovação evolutiva. Nas fêmeas humanas, a menopausa representa o fim da capacidade reprodutiva. Em vez de continuar a ter filhos até a morte, as mulheres passam por uma fase em que não podem mais engravidar. Isso parece contraproducente em termos evolutivos, mas há uma razão para isso. Em termos de evolução com espécie e sociedade, as mulheres pós-menopausa desempenharam papéis expressivos como:

  • Transmissão de Conhecimento e Cultura:
    • As mulheres mais velhas, após a menopausa, eram frequentemente as guardiãs do conhecimento tradicional e cultural. Elas transmitiam histórias, lendas, práticas de cura e habilidades de sobrevivência para as gerações mais jovens.
    • Essa transmissão oral de sabedoria contribuiu para a preservação da cultura e da identidade de grupos humanos ao longo do tempo.
  • Cuidado com os Netos:
    • As mulheres pós-menopausa desempenhavam um papel vital como avós. Elas cuidavam dos netos, permitindo que os pais trabalhassem ou caçassem.
    • Esse apoio às famílias ajudou a fortalecer os laços sociais e a coesão dentro das comunidades.
  • Liderança e Tomada de Decisões:
    • Em algumas sociedades, mulheres mais velhas eram líderes respeitadas. Sua experiência e sabedoria eram valorizadas em conselhos tribais ou comunitários.
    • Elas influenciavam decisões importantes, como questões de sobrevivência, conflitos e distribuição de recursos.
  • Artes e Artesanato:
    • Muitas mulheres pós-menopausa eram habilidosas em artesanato, como tecelagem, cerâmica e pintura. Elas contribuíam para a produção de itens essenciais para a comunidade.
    • Além disso, algumas mulheres mais velhas eram artistas talentosas, criando obras de arte que enriqueciam a cultura local.
  • Curandeiras e Conselheiras:
    • Algumas mulheres pós-menopausa eram curandeiras ou parteiras. Elas desempenhavam um papel crucial na saúde e bem-estar da comunidade.
    • Além disso, eram frequentemente procuradas para aconselhamento sobre questões pessoais e familiares.

Em resumo, elas se tornaram cuidadoras, transmitindo conhecimento e experiência às gerações mais jovens. Além disso, a menopausa permitiu que as mulheres acumulassem gordura e vivessem mais tempo. Isso foi fundamental para a sobrevivência em um ambiente hostil, prolongando a vida das mulheres e, por consequência, contribuindo para a evolução da sociedade humana. Essa inovação evolutiva moldou nossa espécie e nos permitiu prosperar.

 

Referências:

  1. Gee, H. (2024). Uma História (Muito) Curta da Vida na Terra. Editora Fósforo1
  2. Gee, H. (2024). “Uma História (Muito) Curta da Vida na Terra.” Estadão2

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