A origem do Dia Internacional Das Mulheres

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Vários acontecimentos levaram à criação de um dia especial para as mulheres…

…mas a verdade é que tudo começou com grupos de mulheres operárias reivindicando melhores condições de trabalho. É uma história de mulheres fortes, unidas, mobilizadas e na luta por direitos básicos. Uma história antiga, mas ainda muito atual.

Historiadores afirmam que o Dia Internacional da Mulher surgiu principalmente dos esforços no início do século XX, quando começaram os primeiros debates em relação à opressão, desigualdade e direitos das mulheres. Esta foi a época da grande expansão do mundo industrializado, que testemunhou o surgimento de ideologias radicais.

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi observado nos Estados Unidos no dia 28 de fevereiro de 1909. O acontecimento promovido pelo Partido Socialista da América aconteceu num domingo, para permitir a participação de mulheres trabalhadoras em vários eventos na cidade de Nova York e contou com a participação de cerca de 15 mil mulheres que marcharam pelas ruas da cidade por melhores condições de trabalho — na época, as jornadas chegavam a 16h por dia, seis dias por semana e, não raro, incluíam também os domingos. Além de protestarem contra as duras condições de trabalho, elas também reivindicavam a emancipação feminina, causas socialistas e sufragistas (direito ao voto sem distinção de classe, raça, sexo, cor ou origem).

Em 1913, as mulheres já protestavam pelo direito de votar nos Estados Unidos; nessa época, eram frequentes os protestos também por melhores condições de trabalho

No ano seguinte, em 1910, uma conferência internacional de mulheres trabalhadoras foi realizada em Copenhague (Dinamarca). Foi aí que a ideia de uma data oficial internacional para celebrar as conquistas e reafirmar os direitos das mulheres foi proposta por Clara Zetkin, líder do Gabinete da Mulher do Partido Social-Democrata da Alemanha. A ideia ganhou força na Europa e, em 19 de março de 1911, a primeira celebração internacional do Dia da Mulher foi realizada, atraindo mais de 1 milhão de pessoas para comícios em todo o mundo.

Com o surgimento da Primeira Guerra Mundial em 1914, a maioria das tentativas de reforma sociais foram interrompidas, mas as mulheres continuaram a lutar.

Em 1917 em São Petersburgo, Rússia, aconteceu algo memorável. Em 8 de março (23 de fevereiro no calendário russo), ocorreram manifestações operárias de mais de 90.000 mulheres e homens liderados pela feminista Aleksandra Mikhaylovna Kollontay exigindo pão e o retorno dos homens do front e fim da Primeira Guerra Mundial. Este movimento, que ficou conhecido como “Pão e Paz”, é o primeiro ato dos acontecimentos que levarão à abdicação do czar e à Revolução Russa. Em homenagem a este “primeiro dia da Revolução Russa”, o governo provisório formado se tornou o primeiro governo de uma grande potência a conceder às mulheres o direito de voto.

Rússia, 1917, milhares de mulheres foram às ruas contra a fome e a guerra; a greve delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu origem ao Dia Internacional da Mulher

No Brasil, a luta feminina ganhou força com a conquista do direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. E, a partir dos anos 1970, organizações voltadas a discussões sobre a igualdade de gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher, emergiram com força em todo país.

O Dia Internacional da Mulher foi reconhecido pelas Nações Unidas apenas em 1975 e, em dezembro de 1977, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução proclamando o Dia das Nações Unidas pelos Direitos das Mulheres e da Paz Mundial a ser observado pelos seus Estados-Membros.

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