1 de maio – Dia da trabalhadora

Post por
Tempo de Leitura: 4 minutos

Pessoas maduras controlam melhor suas emoções, assumem as próprias limitações e tendem a tomar decisões com mais segurança. É assim que explica o Google mas, e na vida real? Em que idade isso acontece? Será que isso pode acontecer a qualquer momento?

Amadurecer é um processo interno contínuo, que acontece ao longo da vida, a partir de experiências e situações que exigem um crescimento.

Eu sou a Carol, uma mulher de 40 anos, mãe do João, esposa do Marcelo, psicóloga e executiva na área de recursos humanos.

Quero compartilhar com vocês algumas reflexões sobre a minha jornada, carreira e os desafios que nós, mulheres, temos no mercado de trabalho.

Nós amadurecemos mais rápido. Fato cientificamente comprovado! E isso, às vezes, parece um pênalti que pagamos.

E digo isso porque, especialmente após os 40, o mercado de trabalho nos exige uma carreira consolidada, um cargo relevante, de respeito. Seja lá o que isso signifique.

Segundo uma pesquisa recente feita por um grupo de recrutamento e seleção, as mulheres conquistam cargos de direção mais cedo. Tornam-se diretoras, em média, aos 36 anos de idade. Os homens chegam lá depois dos 40.

Aquelas que quiseram e /ou precisaram estar fora do mercado, ao tentar regressar encontraram posições inferiores, questionamentos sobre maternidade, foco, prioridades, como se tivessem perdido o seu valor.

Um estudo realizado pela American Psychological Association (APA), revelou que a discriminação pela idade é uma questão tão séria que precisa ser combatida na mesma intensidade que os outros tipos de preconceito – como o de gênero, raça ou condição social.

Quando falamos de preconceito em relação à idade, as mulheres são as que mais sofrem. A razão é que vivemos em uma sociedade que, em muitas ocasiões, exalta a aparência feminina em detrimento das habilidades e competências.

Em muitos âmbitos, a mulher com mais idade é invalidada e considerada incapaz, além de ser negado o direito ao envelhecimento, com a oferta de inúmeros produtos de beleza e procedimentos estéticos para “atrasar” o inevitável.

Quando comecei minha carreira, fui tão exigente comigo mesma, impondo regras e datas para que eu alcançasse posição de destaque. Lembro que repetir mentalmente “Até os 30 gerente, aos 40 diretora…” e isso porque o sucesso parecia ter uma relação direta com a idade: quando mais jovem alcançasse estes cargos, mais bem sucedida eu seria. Já aconteceu com vocês?

Só que no meio desse planejamento tão bem estruturado, o tal Road Map de carreira, eu engravidei, esse ponto não estava previsto com tanta clareza, nem tão pouco estava nos planos ser demitida no regresso da licença maternidade.

Aconteceu, e aliás acontece com mais frequência do que imaginamos. Deixamos de ser necessárias porque nos tornamos mães? Foi então que precisei revisitar o tal planejamento e me descobrir nesse novo contexto.

O primeiro ponto foi mergulhar profundamente em uma intransferível jornada de autoconhecimento. Que se resumiu em entender minhas principais habilidades, competências, o que aprendi com as experiências passadas, que resultados foram obtidos, o que posso entregar de valor, quem ajudo e quem me ajuda.

Bem, aí vai uma dica, o livro chamado Business Model You – modelo de Negócio pessoal, que traz em uma única página como reinventar sua carreira. Vale para quem está começando, para quem está em transição de carreira ou para quem quer recomeçar.

Aliás, outra dica, atualize-se! Mantenha sua rede de contatos constantemente atualizada. Isso é fundamental para qualquer caminho que queira seguir.

Contudo, ainda que eu esteja aqui compartilhando um pouco da minha história, cada uma tem sua própria existência, vivência e experiência. Parece estranho achar que tudo serve para todo mundo.

Cada uma com sua história de vida e suas angústias e inquietudes vai moldando o seu caminho. Dessa maneira, as reações diante do que a vida apresenta vão ajudando a determinar as escolhas.

A nós, mulheres maduras, cabe movimentar e provocar a humanização do ambiente de trabalho, fundamental para ele ser inclusivo! Uma atmosfera interna humanizada eleva a satisfação e a produtividade de uma equipe. Quando se fala de diversidade e inclusão, a humanização deve ser também parte dos planos de carreira.

Olhe para o lado, olhe para seu time, veja se você tem contribuído para esse ambiente.

Comecei esse texto pelo entendimento do amadurecimento. Ser madura, no meu ponto de vista, pouco tem a ver com a idade, mas sim com a relação que você cria sobre os fatos que são apresentados.

Lidere a si mesma, respeite seu momento, seja feliz com suas escolhas, escreva seu próprio caminho.

CAROLINA CALDEIRA, 40
PSICÓLOGA E EXECUTIVA DE RH

 

Deixe um comentário